A revolução de 1930 pôs fim à dominação tradicional da oligarquia cafeeira e instalou no poder uma coalização de forças que reunia diferentes setores da sociedade brasileira. Getúlio Vargas recebeu o poder em caráter provisório, mas permaneceu nele até 1945, ora por meio constitucional, ora como ditador. Durante a Era Vargas, o presidente colocou-se como principal autoridade nacional, acima do poder legislativo e judiciário.
Habilmente, soube atrair para si o apoio de vários grupos sociais. Assim, parte dos integrantes do movimento tenentista foi incorporada ao governo (aqueles que defendiam reformas mais profundas, como Luís Carlos Prestes, foram presos e silenciados). A burguesia industrial e a classe média urbana, interessadas nos projetos desenvolvimentistas do governo, também apoiaram o regime. Fizeram o mesmo as antigas oligarquias dissidentes, porque viam nisso uma possibilidade de obter maior participação nas decisões governamentais, especialmente econômica. Vargas também contou com o apoio de parte do operariado. Por meio de ampla reforma trabalhista, as relações de trabalho passaram a ser reguladas pelo Estado: Getúlio legalizou e controlou os sindicatos, além de criar um conjunto de leis que agradavam aos trabalhadores. Isso deu ao governo um controle maior sobre os movimentos sindicais e sobre os conflitos entre trabalhadores e patrões. Usando de práticas populistas e paternalistas, o presidente forjou uma imagem positiva junto à população.
A própria oligarquia cafeeira acabou por se unir a Vargas, graças ao sucesso de sua política de valorização do café, adotada pra amenizar os efeitos da crise mundial de 1929. O Estado comprava o estoque excedente de café e o destruía. Com isso, diminuía a oferta e garantia o preço de produto no mercado internacional. Entre 1930 e 1937 foram destruídos quase 80 milhões de sacas. O governo criou ainda órgãos de proteção a outros gêneros agrícolas, como cacau, mate e álcool.
A revolução de 1930 encerrou o controle político da oligarquia cafeeira, mas continuou a garantir a força econômica das elites. O trabalhadores, por sua vez, mesmo "amparados" pelo Estado por meio das leis trabalhistas, continuaram afastados do poder.
Os historiadores costumam dividir a época da Era Vargas (1930-1945) em três períodos: o Governo Provisório (1930-1934), o Governo Constitucional (1934-1937) e o Estado Novo (1937-1945).
Retirado de livro didático do 9° ano do ensino fundamental.